Jogo online ou Jogo em salas reais?

Debate sobre dependência do jogo online continua a criar controvérsia; preconceito pode gerar legislação injusta para utilizadores e operadoras.

Será o jogo online, de facto, mais prejudicial do que o praticado nas salas de jogo físicas? De acordo com os legisladores canadianos, o jogo e as apostas online são consideradas uma ameaça mais grave e mais indutora de dependência face ao jogo, especialmente tendo em conta que, ao contrário do que acontece nas salas físicas, não há socialização e confraternização, mas sim o isolamento do sujeito.

Este, virtualmente, poderá ter menos consciência dos valores apostados e do seu grau de dependência em relação ao jogo. Mas será, de facto, assim? Não há provas concretas de que o jogo online cause mais dependência e é demasiado redutor partir do princípio de que as operadoras de jogo online são, por norma, menos honestas dos que as que prestam os seus serviços nas salsas físicas.

Trata-se da já tradicional vilipendiação do jogo online e da sua condenação, qual bode expiatório, por todas as ilegalidades cometidas na Internet. Resta saber se jogadores famosos, a quem era conhecido o vício do jogo, como Feodor Dostoyevsky, também desenvolveriam dependência em relação ao jogo online e se esta seria mais forte do que aquela que tinham em relação ao jogo em casinos físicos.

As circunstâncias e ambiente onde se jogam estes jogos é totalmente diferente daqueles que estão associados às salas físicas, mas não é certo que estas sejam mais susceptíveis de criar dependência ou se, pelo contrário, são menos indutoras de dependência.

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Assim sendo, a questão do jogo e das apostas online deverá ser reflectida de forma séria e ponderada, sem maniqueísmos e preconceitos, para que se chegue a uma legislação justa para operadoras e utilizadores.