“Parva que sou” dos Deolinda arrasa Coliseus

O tema “Parva que sou” dos Deolinda comoveu os portugueses e é considerado música de intervenção.

Os Deolinda são um grupo de música popular portuguesa criado em 2006, inspirado no fado e na música de raízes tradicionais. A voz de Ana Bacalhau e as letras das músicas da banda marcam a diferença no panorama actual da música portuguesa, o que tem sido premiado com os primeiros lugares nos tops de vendas nacionais.

Recentemente, a banda apresentou-se nos coliseus de Lisboa e Porto e pode dizer-se que, entre as novas canções apresentadas, está o hino de uma geração. Com efeito, a canção ainda não editada, intitulada “Parva que sou”, comoveu os portugueses, levando as camadas mais jovens a identificarem-se com a letra que retrata a situação profissional precária com que têm de lidar no início das suas vidas, fruto da crise e da grande instabilidade profissional em que o país vive actualmente.

Assim, o tema entrou directamente para a categoria da “música de intervenção” que todos associamos a cantores do pré-25 de Abril, nomeadamente Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, entre tantos outros. E assim é porque, de uma forma directa, o tema critica o status quo da actualidade, um “mundo tão parvo, [onde] para se ser escravo é preciso estudar”.

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De facto é esta a realidade que aqueles que nasceram entre 1970 e 1990 têm de enfrentar, sendo gerações que se habituaram a estagiar sem remuneração e onde o subsequente desemprego é praticamente certo. Ao retratar de uma forma pungente a realidade de tantos portugueses, os Deolinda deixaram os coliseus rendidos ao seu novo tema que, desde então, tem sido motivo de múltiplas crónicas e posts nas blogosesfera, sendo partilhado repetidamente no YouTube, Twitter e Facebook.